sábado, 14 de agosto de 2010

O Pensamento Ramatisiano

O principal “toque pessoal” que Ramatís desenvolveu em seus discípulos foi o pendor universalista, a vocação fraterna para com todos os esforços alheios na esfera do espiritualismo. Ele nos adverte sempre de que os seus íntimos e verdadeiros admiradores são também incondicionalmente simpáticos a todos os trabalhos das diversas correntes religiosas do mundo. Revelam-se libertos de exclusivismo doutrinário ou de dogmatismos e devotam-se com entusiasmo a qualquer trabalho de unificação espiritual. – Hercílio Maes


RAMATÍS, KRISHNA e KARDEC DE MÃOS DADAS

UNIVERSALISMO – O TOQUE DE RAMATÍS

Universalismo não é a colcha confeccionada com retalhos de todas as religiões e doutrinas, mas o entendimento panorâmico dos costumes, temperamentos e sentimentos religiosos de todos os homens, a convergir para um só objetivo espiritual.


Religião é o processo de religar o espírito do homem à Consciência Cósmica. As cerimônias, os ritos, os símbolos, as distinções hierárquicas que tanto impressionam os sentidos humanos, podem identificar conjuntos de crentes praticando cultos religiosos, mas não provam estar presente o verdadeiro sentido da Religião. A verdadeira religião não possui barreiras, não tem cor local ou limitações doutrinárias. É uma atividade legitimamente espiritual, que universaliza o espírito e sensibiliza o coração através de maior compreensão das Leis da Vida.


O homem revela o seu sentimento religioso de modo autêntico quando, independente de freqüentar templos, ama o próximo tanto quanto a si mesmo! Quando o homem transborda de amor pelo próximo, amplia a sua consciência e abrange maior área de Deus. -  Ramatís

DEUS NÃO OLHA O CAMINHO, MAS O CAMINHANTE

O Baghavad Gita pode considerar-se a essência mais pura do Hinduismo, chamado de “o evangelho de Krishna”; através deste a palavra da Divindade nos traz uma expressão suprema de universalismo:


Eu acolho prazenteiro todos os que me procuram e honram, qualquer que seja o caminho que sigam, porque todos os caminhos, todas as formas religiosas, embora de denominações diferentes, a Mim os conduzem. (Baghavad Gita, IV-11)

Hás de saber entretanto, ó Arjuna, que a verdade, apesar de ser desconhecida pelos fanáticos e intolerantes, é esta: que, ainda que os homens adorem vários deuses e várias imagens, e tenham diferentes concepções da deidade adorada, e até pareçam as suas idéias ser contraditórias entre si, toda a sua fé se inspira em mim (Gita, VII-21)


Mesmo aquele que adora outros deuses, porque não Me conhece, a Mim adora, sem o saber. Se ele assim faz com fé e amor, Eu aceito a sua adoração e o recompenso segundo seu merecimento. (Gita, IX-23)

Quando te tiveres elevado acima da trama das ilusões, não te inquietarás com os cuidados e questões a respeito das doutrinas, nem com as disputas sobre ritos, cerimoniais e outros enfeites dispensáveis da vestimenta da idéia espiritual.


Livre serás, então, de todas as opiniões alheias, tanto das que se acham nos livros sagrados, como as dos teólogos eruditos ou dos que ousam interpretar o que não compreendem; em lugar disso, fixarás a tua mente na mais séria contemplação do Espírito, e assim alcançarás a harmonia com o teu Eu real, que é a base de tudo. ((Gita II-52-53)

U N I D A D E

                                                                    “...e haverá um só rebanho e um só pastor”. - Jesus


Por essas palavras, Jesus claramente anuncia que os homens um dia se unirão por uma crença única. Difícil parecerá isso, tendo em vista que todas querem a unidade, mas cada uma em seu proveito, e nenhuma admite a possibilidade de fazer qualquer concessão. Entretanto, A UNIDADE SE FARÁ EM RELIGIÃO, como já tende a fazer-se socialmente, politicamente, comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos. Os povos do mundo inteiro já confraternizam. Pressente-se essa unidade e todos a desejam. Ela se fará pela força das coisas, porque há de tornar-se uma necessidade, para que se estreitem os laços de fraternidade entre as nações; far-se-á pelo desenvolvimento da razão, apta a compreender a puerilidade de todas as dissidências; pelo progresso das ciências, a demonstrar os erros sobre que tais dissidências assentam. A Ciência, afastando os acessórios, prepara as vias para a unidade.

A fim de chegarem a esta, as religiões terão que encontrar-se num terreno neutro; para isso, todas terão que fazer concessões e sacrifícios mais ou menos importantes, conforme seus dogmas.


O princípio da imutabilidade, que as religiões têm sempre considerado uma égide conservadora, torna-se elemento de destruição, dado que, imobilizando-se ao passo que a sociedade caminha para a frente, os cultos serão ultrapassados, e absorvidos pelas idéias de progressão.


A religião que terá de congregar um dia todos os homens sob o mesmo estandarte, será a que melhor satisfaça à razão e às legítimas aspirações do coração e do espírito; que não seja em nenhum ponto desmentida pela ciência; que, em vez de se imobilizar, acompanhe a Humanidade em sua marcha progressiva, sem nunca deixar que a ultrapassem; que não for nem exclusivista, nem intolerante.


Quando as religiões se houverem convencido de que só existe um Deus no Universo, uma única Vontade suprema, estender-se-ão as mãos umas às outras, como servidores de um mesmo Senhor e filhos de um mesmo Pai, e assim, grande passo terão dado para a Unidade.


Dia virá em que todas essas crenças, tão diversas na forma, mas que repousam num princípio fundamental, se fundirão numa grande e vasta unidade, logo que a razão triunfe dos preconceitos.


                                                                                              Allan Kardec – “A Gênese”

A BANDEIRA DA FRATERNIDADE UNIVERSAL

Allan Kardec


“...respeitar todas as crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam, e não violentar a consciência de ninguém; (...) eis o credo, a religião do Espiritismo, religião que pode conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a Deus.


Esse é o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de pensamentos, enquanto se espera que ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.


                                                                    (De um discurso proferido em Paris, a 1/11/1868.


                                                                                         Fonte: A Reencarnação, FERGS)

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